Para muita gente a palavra yoga está associada a aulas que envolvem posturas (asanas) e movimento. Contudo, como prática muito antiga, o yoga é muito mais do que uma ginástica que, não raras vezes, é apresentada com atributos de panaceia.
Os asanas são apenas um dos oito estágios do yoga, que é uma prática que guia os praticantes na descoberta de uma forma de vida que respeita os indivíduos e todas as formas de vida e que faz a defesa da natureza, considerando que a matéria é uma manifestação de uma Inteligência Universal que regula e harmoniza todo o cosmos.
Enquanto parte de uma filosofia de vida, podem adoptar-se vários caminhos, que correspondem aos diversos tipos de yoga (hatha yoga, bakti yoga, karma yoga, raja yoga, etc.) que, com é natural, visam todos o mesmo fim. E se o yoga é o caminho, ele é também o objectivo último, isto é, a liberdade que se conquista durante o processo de auto-conhecimento.
No yoga o praticante descobre-se e toma consciência de si mesmo enquanto Ser Universal, aprende a distinguir entre a sua essência e os papeis que desempenha na vida. Ao longo da vida desempenhamos vários papeis; na família, por exemplo filho(a), marido/esposa, pai/mãe e na sociedade, amigo(a), funcionário(a), etc., e o yoga oferece-nos as linhas gerais pelas quais devemos pautar a nossa conduta. Assumir as responsabilidades associadas aos nossos papeis, tendo em vista o bem comum, é aplicar o yoga no dia-a-dia e chama-se karma yoga. Para o podermos fazer, cuidando daqueles que dependem de nós, temos que cuidar de nós próprios, manter-nos saudáveis e disponíveis.
Estar presente em cada momento é um requisito que exige ser capaz de centrar a atenção, e é um dos aspectos importantes que se aprende e treina nas aulas de yoga, através dos asanas, do controlo articulado da respiração e da mente, e da meditação.
Título do artigo: citação de Pedro Kupfer, curso livre de formação de Hatha Yoga, 2018
Primeiro cuide-se e então você entenderá a si mesmo. O autocuidado é igual ao amor próprio. Amor próprio é tão bom quanto o amor que você tem pelos outros. Fugir do mundo não vai adiantar. Quanto mais você foge do mundo, mais você foge de si mesmo.
Swami Dayananda em “Assimilando o Vedanta”, Junho 2017, publicado em yoga.pro.br