Pratyahara, o recolhimento dos sentidos, é uma das 8 etapas definidas por Patañjali no Yoga Sūtra , o texto que explica o que é o Yoga Clássico e que indica o caminho e o objectivo do Yoga.
Porque é que pratyahara é importante para a prática de yoga e para a sua vida?
A natureza da mente é instável, quer isto dizer, saltita de um pensamento a outro, reagindo a todos os estímulos que os sentidos captam do exterior. E daí?
Num ou noutro momento, todas as pessoas passam por situações deste tipo, o que só significa que não são máquinas. Mas o problema surge quando este estado se instala e domina. A consequência imediata da dispersão da atenção é cansaço e confusão, dois ingredientes que conduzem a frustração e à incapacidade de reagir de forma adequada. E assim por diante…. até que a tristeza e a doença, estágios últimos deste processos, tomam conta de nós.
Aprender a interiorizar é um passo essencial da prática de yoga, que se consegue através do treino continuado e consciente. Para aí se chegar, é necessário trabalhar o corpo e o controlo da mente, através de asanase de pranayama, isto é, das posturas e dos exercícios respiratórios, entre outros, que desbloqueiam a circulação de prana, a energia vital. Á medida que nos familiarizamos com estes aspectos da prática de yoga atinge-se a fronteira que nos pode fazer passar à meditação. Os primeiros passos nessa fronteira são, exactamente, pratyahara.
Minimizar a actividade sensorial, para que a atenção se possa focar, deixando que a inteligência se sobreponha ao rodopio da mente, requer algum treino e vontade, mas o retorno é muito compensador. O nosso organismo começa a ajustar-se com a sabedoria inata que tem e o cérebro desenvolve uma resposta ao stress que vai no sentido da saúde e não da doença. A descoberta de que só depende de nós e de que somos capazes fortalece-nos. E assim por diante, … até que aprendemos a controlar a nossa vida, fazendo escolhas que nos trazem a alegria de nos sentirmos válidos, presentes e disponíveis.