A liberdade de escolha é um atributo do ser humano que lhe permite decidir sobre o que quer, ou não quer, e que o distingue dos outros animais que reagem exclusivamente com base no instinto. Saber usar a liberdade de escolha, ou livre arbítrio, implica gerir conflitos, e pode trazer sofrimento pessoal ou de terceiros, se as acções não forem pautadas por um conjunto de valores que nos levem a agir com ética.
Os valores éticos assentam na reciprocidade, isto é, devo agir para com os outros como espero que os outros ajam comigo. Por outras palavras, o que esperamos dos outros são comportamentos que respeitem os nossos valores, que são também aqueles que devemos ter para com eles. Nesta circunstância, os valores são universais, isto é, válidos para todos os seres humanos, não dependendo de raças, países, culturas ou religiões. Embora os valores éticos sejam facilmente compreendidos, a sua aplicação pode não ser pacífica e pode colidir com gostos ou aversões de cada um, dando origem a comportamentos que se afastam do dever para com os outros. Estas situações originam uma separação interna entre o eu que age e o eu que avalia, provocando uma personalidade dupla que põe em causa a paz mental.
Viver de acordo a ética é viver de acordo com o dharma, um pressuposto de base na visão do Yoga sobre a vida. Assim, praticar Yoga não significa ser imaculado/a ou não errar, mas implica certamente ser responsável da liberdade de escolha, mesmo que condicionada por circunstâncias e, quaisquer que estas sejam, viver em consonância com o bem comum.